O PASTOR DE PORCOS

Era uma vez um bom pastor que tinha poucas ovelhas e, cansado de ver seu aprisco com tão poucas ovelhas, e querendo aumentar o seu rebanho, pois ele sabia que podia cuidar muito bem de uma quantidade maior de ovelhas, mas, não haviam ovelhas disponíveis para adquirir naquela região. 

Foi quando alguém o convenceu de uma estranha teoria: “Se você ensinar o porco a viver como ovelha, com o tempo, ele se torna uma delas”.  

Então, o pastor passou também a cuidar de porcos. 

No começo ele quase desistiu, mas, como era um sujeito determinado, insistiu. 

- Brigou. Bateu. Gritou. 
- Pediu. Implorou. Manipulou. 
- Motivou. Desafiou. Premiou. 

Mas, aqueles bichos eram realmente rebeldes e sempre insistiam em voltar para a lama logo após o banho diário que ele lhes dava. 

O pastor tinha que ficar à porta do mangueirão com um pedaço de pau batendo no lombo dos bichos para os obrigar a ir pastar os pastos verdejantes e a beber as águas tranquilas junto com as ovelhas: 

- Agora vocês não são mais porcos, dizia ele, agora vocês são ovelhas; comportem-se como tal. 

Sem perceber, passou a dedicar a maior parte do seu tempo tentando manter os bichos na linha. 

E as ovelhas acabaram ficando em segundo plano. 

Sem cuidados pastorais, estressadas com a companhia dos porcos que viviam a perturbá-las, elas deixaram de se alimentar e de se reproduzir e, aos poucos, foram se acabando. 

Meses depois, com exceção de uma ou outra ovelha que viviam por ali, tristes, isoladas, só haviam porcos naquela propriedade. 

O pastor de ovelhas transformara-se em pastor de porcos. 

Acabou desistindo de ensinar aos porcos o comportamento que se espera de uma ovelha e fazia de conta que não estava vendo seu rebanho afundado na lama. 

Os porcos, sempre com medo de levar umas pauladas nos lombos, cada vez que viam o pastor por perto voltavam de fininho aos pastos verdejantes. Mas, só por uns minutinhos. 

“Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para não acontecer que as calquem aos pés e, voltando-se, vos despedacem. Mateus 7.6


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