“TUDO DAVA ERRADO NA MINHA VIDA”

Bispo Emerson Carlos teve sua vida transformada

O bispo Emerson Carlos de Oliveira, de 41 anos, é paulista; sua esposa, Eliana Batista de Oliveira, de 45, também é de São Paulo. Porém, os dois se encontraram no Paraná e estão juntos há 21 anos.

Desde a união, eles já passaram por diversos Estados fazendo a Obra de Deus, entre eles, Rio Grande do Sul, Ceará, Rio de Janeiro e Pernambuco. 

Ao lado do filho adotado, de 16 anos, Emerson de Oliveira Júnior, o Juninho, eles contam quais problemas tiveram de enfrentar ao longo dos anos e o que fizeram para superá-los.

Infância conturbada, criação do filho, preconceito e eliminação de 40 quilos em 5 anos, tudo isso e muito mais o bispo Emerson conta em detalhes à Folha Universal.

Quais os problemas que passaram na infância? 


Ele: Eu cresci num lar de pais separados. Quando o meu pai abandonou eu tinha 3 anos de idade. Minha mãe passou a trabalhar para sustentar a mim e ao meu irmão. O sofrimento dela me causava uma revolta muito grande, tanto que cresci com o desejo de matar meu pai. Até os 16 anos eu vivi assim. Cheguei a usar drogas e a me refugiar nas amizades. 

Ela: Meu pai bebia muito, a ponto de chegar a cair nas calçadas. Ele se tornou um alcoólatra. A minha mãe sofria calada com tudo isso e teve de assumir a posição de chefe do lar. Toda essa situação nos trazia muito sofrimento. 

Como chegaram à Universal? 

Ele: Eu cheguei à igreja porque estava tudo dando errado na minha vida profissional. Onde eu colocava as minhas mãos não ia para frente. Além disso, enfrentei problemas com a família de uma ex-namorada, pois eram contra o nosso relacionamento. 

Ela: Eu só pensava em morrer. Para piorar eu precisa trabalhar, mas não encontrava emprego. Eu já tinha procurado ajuda em diversas denominações religiosas, pois tudo o que queria era preencher o meu vazio, mas tinha sido em vão. Até que um dia eu fui à Universal num domingo à tarde, com a minha irmã. No primeiro dia Deus já me respondeu. Daquele momento em diante, tudo começou a mudar. 

Como se conheceram? 

Ele: Eu já era pastor auxiliar na antiga sede da Universal de Curitiba, no Paraná, quando a vi chegando à igreja. Depois de certo tempo, ela se libertou, se converteu e foi trabalhar na Rádio Atalaia. Como eu sempre estava lá, acabamos nos conhecendo. Quando fomos padrinhos de casamento da irmã dela com o bispo Sidnei Marques, nos aproximamos mais. Eu percebi nela um caráter diferente das outras que conhecia. Ela sempre foi muito dedicada no que fazia, que era ajudar as pessoas. Eu a conheci quando tinha 17 anos e casei com 19. 

Ela: Ele sempre tinha comprometimento com a obra de Deus, fazendo sacrifícios pelo povo, orações de madrugada, essas coisas me chamaram atenção nele. Outro ponto importante foi o respeito que ele tinha comigo.

Vocês tiveram dificuldades de adaptação, após o casamento? 

Ele: Eu tive que me acostumar com alguém me aconselhando a respeito do que eu fazia. Por exemplo, ela vinha com uma sugestão de músicas para eu cantar na reunião ou me alertava se eu tivesse dito alguma palavra errada. Com o tempo, eu percebi que ela queria me ajudar e não me criticar, então eu passei a aceitar, a ser humilde. Qual foi o segredo para não terem enfrentado problemas no começo do casamento?

Ela: Eu acredito que como eu havia participado por anos de reuniões nas quais explicavam em detalhes como ser uma esposa sensata e sábia, eu aprendi muito e tudo o que eu ouvia eu guardava. Assim, quando me casei, fiz a opção de praticar, renunciar à minha vontade. O conhecimento espiritual foi fundamental para evitar os conflitos. 

Por que decidiram adotar uma criança? 

Ele: Fomos procurados pela mãe biológica dele, quando ela estava com 7 meses de gestação. Ela nos disse que tinha outros filhos drogados e que vivia na prostituição. Ela quis nos dar a criança. Fizemos todos os trâmites jurídicos necessários, assim, quando ele nasceu, foi direto para a nossa casa. Ele está com 16 anos. 

Como tem sido a criação dele? 

Ele: Às vezes, o pai querendo sossego empurra o filho para o videogame, redes sociais, para o canto dele. Com isso, alguém vai dar atenção à criança, para suprir a carência que ele tem em casa. Ele, se sentindo amparado por um suposto amigo, vai ver os pais como inimigos. Dessa forma o pai não vai ter sossego. Por isso, estamos sempre trazendo o Juninho para perto. Se eu estou na rádio, ele está junto. Na TV, ele também está. Eu louvo a Deus por isso.

Juninho, quando você ficou sabendo que era adotado, qual foi sua reação? 

Juninho: Eu não tive reação negativa, achei normal. O meu prazer é estar junto com a minha família e seguir o mesmo caminho do meu pai, porque eu vejo as pessoas necessitadas e também quero ajudá-las. Sei também que a Obra de Deus precisa muito. O exemplo deles é o que mais me faz querer seguir nesse caminho. 

Qual o diferencial do casamento de vocês? 

Ele: Eu fui presenteado por Deus com uma esposa que anda ao meu lado, nós nos completamos, somos diferentes em algumas coisas, mas cada um respeita o espaço do outro. O segredo da nossa união é Deus. Digo isso porque vejo que hoje em dia as pessoas buscam apenas a aparência, elas não procuram o conteúdo. Estamos há 21 anos casados, ela é maravilhosa e companheira. 

Ela: Eu percebo que as diferenças também trazem atrito, porque a pessoa olha a diferença do outro como algo errado, sendo que não há errado e nem certo. Deve sim haver respeito, para que a união dê certo. O Emerson, além de marido, é um amigo em que posso confiar, um companheiro nas horas difíceis e também nas horas boas. Ele completa a minha alma.

O que fazem para manter o romantismo em alta? 

Ele: Eu procuro ser atencioso. Antes eu não dizia “eu te amo”, hoje eu sou até chato, digo mais do que ela. O “rô” não pode morrer. 

Ela: Um ato de romantismo dele é quando eu preciso falar algo que está me incomodando e ele para tudo para me dar atenção. Isso para mim significa muito. 

O que vocês costumam fazer quanto têm um tempo livre? 

Ele: Eu gosto de sair, já ela é mais de ficar em casa. Gostamos de almoçar fora. Ela gosta de ficar lendo e eu fico meditando, me preparando para a reunião de domingo. O senhor está mais magro. O que fez para perder peso? 

Ele: Há 5 anos eu fiz um desvio no intestino, chamado by-pass. Fiz isso porque tinha dificuldade para eliminar o que ingeria. Mas tive que fazer uma reeducação alimentar e exercícios físicos diários, tanto que hoje essa rotina faz parte da minha vida. Eu decidi emagrecer porque fui ao médico e meus exames estavam alterados. Agora tenho qualidade de vida. Eu tinha 40 quilos a mais do que hoje. Imagine carregar todo esse peso a mais no corpo. 

O que o leitor deve fazer para ter uma família feliz como a de vocês? 

Ele: Jesus perguntou para o cego: “o que queres que eu te faça?” O cego foi específico na resposta: “que eu torne a ver”. Ele sabia o que queria e Jesus o atendeu. A pessoa que tem dificuldade no casamento deve saber o que ela quer. Se o desejo é ser feliz, ele ou ela deve lutar por isso. Enfrentado as adversidades juntos e tudo mais o que vier pela frente. 

Ela: A mulher deve entender que o exemplo é mais forte do que qualquer palavra. Se ela passar a praticar o que sabe que é certo e parar de fazer cobranças, certamente vai ter um casamento feliz. 

Perfil do casal 

Time de futebol 

Ele e ela: São Paulo. 

Comida predileta 

Ele: Cozinha japonesa e italiana. 
Ela: Comida mineira. 

Livro 

Ele: "A Excelência da Sabedoria" 
Ela : "Amor de Redenção" 

Filme 

Ele: Tudo que tem ação: "Velozes e "Furiosos" 
Ela: "Como se Fosse a Primeira Vez" 

Característica 

Ele: Perfeccionista 
Ela: Detalhista 

Sonho/desejo 

Ele: Pregar fora do País e aperfeiçoar o espanhol 
Ela: Aprender inglês

Comentários